O artigo discute as representações do trabalhador a partir da imprensa operária de tendência anarquista que se estabeleceu no Rio de Janeiro e em São Paulo no inÃcio do século XX. Nesse perÃodo, tais jornais foram instrumentos de propaganda das ideias libertárias, informando, denunciando, criticando e divulgando as análises de seus articulistas, elaboradas com preocupação claramente opinativa, ao recorrerem a comentários e a avaliações para alcançar os efeitos de convencimento. Os periódicos constituÃram, então, um campo de tensão no qual surgiam variadas referências ao trabalhador. Dentre elas são privilegiadas aqui algumas imagens verbais e visuais que tratam de sua heroicidade, seja na busca da transformação social, seja na luta pela sobrevivência.
This article discusses the representations of the worker in the anarchist labor press, established in Rio de Janeiro and São Paulo in the early twentieth century. In those days, the press was a tool for libertarian ideas. By informing, reporting, criticizing, and publicizing analyses by their reporters, the press was unquestionably an opinionmaking medium, resorting to comments and evaluations to attain convincing effects. Taking stands and issuing opinions, periodicals were permeated by values, and forged a tension field, where a wide range of references to the worker emerged. Out of them, verbal and visual images addressing the worker’s heroicity stand out, whether seeking social transformation, whether struggling for survival.