Neste artigo são analisados os padrões de seleção dos presidentes da seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MA), no período compreendido entre 1932 e 2022. A investigação centrou-se nas dinâmicas das eleições em que foram escolhidos os dirigentes da entidade. Na operacionalização do estudo, buscou-se apreender: 1) os recursos herdados e acumulados pelos principais protagonistas que exerceram os postos de direção da OAB/MA; 2) as cadeias de líderes-seguidores que rivalizaram no âmbito da instituição, evidenciando os fluxos de entradas, saídas, aproximações e distanciamentos; 3) as cliques de dirigentes formadas nesses embates e as clivagens construídas por meios de realinhamentos constantes nas alianças reconstituídas; 4) as bases sociais de interconexões, elos e vínculos mais ou menos efêmeros. O propósito é demonstrar como, ao longo de 90 anos, três segmentos da elite dos “bacharéis” em direito no Maranhão alternaram-se no comando da OAB/MA, primeiramente, enquanto membros da “elite política” (1932/1973), depois, participantes de uma “elite jurídica” (1973/2003), e, por fim, integrantes da “elite da advocacia privada” (2004/2022), sempre acionando meios e coalizões interpessoais que atravessam diversos domínios do espaço do poder no Estado.
This article analyzes the standards and selection processes of political presidents of the Maranhão section of the Brazilian Bar Association (OAB/MA), in the period between 1932 and 2022. The investigation focused on the dynamics of the elections, in which they were chosen the directors of the entity. In the operationalization of the study, it was sought to apprehend the chains of leaders-followers that competed within the scope of the institution, evidencing the flows of entries, exits, approximations and distances. In order to do so, the profiles of the main protagonists who competed and exercised the leadership positions of the OAB/MA were traced, as well as the cliques of leaders that were formed in these clashes and the cleavages built by means of constant realignments in the reconstituted alliances were located. Therefore, in the first place, the resources accumulated by the agents that stood out in these disputes were observed. Secondly, the networks of relationships constituted and activated due to the occupation of positions of power in the entity were identified. Thirdly, we also sought to reveal the social bases of more or less ephemeral interconnections, links and bonds. The purpose is to demonstrate how, over the course of 90 years, three segments of the elite of “bachelors” in law in Maranhão took turns in command of the OAB/MA, firstly as members of the “political elite” (1932/1973), then, participants of a “legal elite” (1973/2003), and, finally, members of the “private law elite” (2004/2022), always activating resources and interpersonal coalitions that cross different domains of the space of power in the State.
Este artículo analiza los patrones de selección de los presidentes de la seccional de Maranhão de la Orden de los Abogados de Brasil (OAB/MA), en el período comprendido entre 1932 y 2022. La investigación se centró en la dinámica de las elecciones en las que los dirigentes de la entidad fueron elegidos. En la operacionalización del estudio, se buscó aprehender: 1) los recursos heredados y acumulados por los principales protagonistas que ejercieron los cargos directivos de la OAB/MA; 2) las cadenas de líderes-seguidores que compitieron al interior de la institución, mostrando los flujos de entradas, salidas, acercamientos y alejamientos; 3) las camarillas de líderes formadas en esos enfrentamientos y los clivajes construidos mediante constantes realineamientos en las alianzas reconstituidas; 4) las bases sociales de interconexiones, lazos y vínculos más o menos efímeros. El objetivo es demostrar cómo, a lo largo de 90 años, tres segmentos de la élite de los “bachilleres” en derecho en Maranhão se alternaron al mando de la OAB/MA, inicialmente, como miembros de la “élite política” (1932/1973), luego, como participantes de una “élite jurídica” (1973/2003), y, finalmente, como integrantes de la “élite del derecho privado” (2004/2022), siempre activando medios y coaliciones interpersonales que atraviesan distintos dominios del espacio de poder en el Estado.