Reprodutibilidade do teste do degrau de 3 minutos realizado com supervisão presencial e remota na avaliação da capacidade funcional de crianças e adolescentes com fibrose cística

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Reprodutibilidade do teste do degrau de 3 minutos realizado com supervisão presencial e remota na avaliação da capacidade funcional de crianças e adolescentes com fibrose cística

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Fernanda Maria Vendrusculo1, Gisele Apolinário da Costa2, Maria Amélia Bagatini3, Brenda Maria Henrique Maia Lemes4, Carolina Aguiar Faria5, Larissa Carvalhaes de Oliveira6, Evanirso da Silva Aquino7, Márcio Vinícius Fagundes Donadio8
Autor Correspondente: Fernanda Maria Vendrusculo | [email protected]

Palavras-chave: fibrose cística, criança, tolerância ao exercício

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: A capacidade funcional é considerada um preditor de morbidade e sobrevida em pacientes com fibrose cística (FC) devendo ser avaliada anualmente. O teste do degrau de 3 minutos (TD3) é um teste simples, de fácil aplicabilidade e útil para monitorar mudanças na capacidade funcional ao longo do tempo.

OBJETIVO: Avaliar a reprodutibilidade do TD3 realizado com supervisão presencial e remota na avaliação da capacidade funcional de crianças e adolescentes com FC.

METODOLOGIA: Estudo transversal no qual foram incluídos crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico de FC e que realizavam acompanhamento ambulatorial em dois centros de referência para FC. Foram excluídos aqueles pacientes que apresentavam déficits cognitivos ou qualquer limitação que impedisse a realização do TD3. Foram coletados dados demográficos, antropométricos, clínicos, de função pulmonar e realizados dois TD3, sendo o primeiro presencial (T1) e o segundo de forma remota (T2), por meio de uma chamada de vídeo. Antes e após os testes foram coletadas a frequência cardíaca (fc), a saturação de oxigênio (SpO2) e sensação subjetiva (BORG) de dispneia e de cansaço de membros inferiores (MsIs). A fc e SpO2 também foram coletadas após 3 minutos de recuperação (3minrec). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e os responsáveis assinaram um termo de consentimento. Para a análise dos dados, foi utilizada estatística descritiva, teste t pareado, coeficiente de correlação intraclasse (ICC) e o método de Bland-Altman (significância p<0,05).

RESULTADOS: Foram incluídos 23 pacientes com média de idade de 10,7±3,7 anos, média do IMC (escore z) de 0,5±0,9 e média do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) de 89,5±23,2 (% do previsto). Não houve diferenças significativas entre os testes na fc final (p=0,24), delta da fc (p=0,33), fc após 3minrec (p=0,40), SpO2 final (p=0,45), SpO2 após 3minrec (p=0,20), BORG dispneia (p=0,88) e BORG MsIs (p=0,30) finais. O ICC para as variáveis no final do TD3 entre T1 e T2 foi 0,852 (p<0,001) para fc, 0,751 (p=0,001) para delta da fc, 0,762 (p=0,001) para SpO2, 0,646 para BORG dispneia (p=0,011) e 0,775 (p<0,001) para BORG MsIs. Ao analisarmos graficamente pelo método de Bland-Altman, a média de diferença na SpO2 final entre os testes foi 0,3% (limite de concordância -3,0 a 3,5%).

CONCLUSÃO: O teste do degrau de 3 minutos realizado de forma remota pode ser um instrumento adicional para avaliação da capacidade funcional de crianças e adolescentes com FC, considerando a boa reprodutibilidade encontrada entre a sua realização de forma remota e presencial.