Parece ser cada vez mais comum a afirmação de que os historiadores
estão hoje mais preocupados com as árvores do que com a floresta ‘da História’.
Em função do descrédito ao qual foram relegados os projetos de ‘história total’
do passado, sendo substituÃdos por iniciativas, que na voraz expressão de François
Dosse, tinham em comum estabelecerem uma ‘história em migalhas’, é que aquela afirmação tem ganhado um certo sentido. Para Jörn Rüsen, é justamente essa a função da teoria da história: permitir que o historiador possa ver a floresta que abrange as árvores da história, ao invés de se embrenhar nas árvores, despercebendo a floresta que as circunscrevem. Nesse sentido, a teoria da história seria não apenas um alicerce para que a História possa estar sendo elaborada por meio de uma pesquisa ‘cientificamente’ conduzida, mas também ser um canteiro fértil para que o historiador possa verificar ‘as expectativas que foram criadas no passado sobre o futuro’, de modo a proporcionar certos
sentidos ao processo histórico, com os quais os homens e as mulheres do passado plasmaram suas idéias de ‘verdadeiro’ e ‘falso’.