(Re)significação e (re)invenção cultural quilombola: as espacialidades afro-brasileiras do Conjunto da Marujada e do Grupo Curiango no Vale do Jequitinhonha/MG
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(Re)significação e (re)invenção cultural quilombola: as espacialidades afro-brasileiras do Conjunto da Marujada e do Grupo Curiango no Vale do Jequitinhonha/MG
Autor Correspondente: Gisele Oliveira Miné | [email protected]
Palavras-chave: Quilombos, (Re)significação e (Re)invenção cultural, Conjunto da Marujada, Grupo Curiango, Vale do Jequitinhonha/MG
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
O ano de 1988 representou um importante marco histórico para as comunidades afro-brasileiras, quando, pela primeira vez, lhes foram reconhecidos os direitos constitucionais à s suas terras e à valorização de suas práticas culturais. Desde então, diversas comunidades se reorganizaram internamente e se articularam externamente a fim de resgatar e revitalizar as celebrações, festividades e tradições herdadas de seus antepassados. Neste contexto, o presente trabalho busca refletir sobre os processos de (re)significação e (re)invenção cultural nas comunidades quilombolas de Moça Santa, municÃpio de Chapada do Norte, e Quilombo, municÃpio de Minas Novas, Vale do Jequitinhonha/MG. O resgate e a valorização de danças, cantos e celebrações consideradas localmente como “tradicionaisâ€, a exemplo do Grupo Curiango em Moça Santa, e do Conjunto da Marujada, em Quilombo, ganharam maior Ãmpeto a partir do reconhecimento destes territórios como remanescentes de quilombos, mobilizando jovens e adultos para a prática e divulgação de suas expressões culturais. Por meio de observações empÃricas e de relatos obtidos em campo, percebe-se que os grupos Curiango e Marujada são importantes referências simbólico-culturais destes territórios, contribuindo para integração e coesão comunitária, para a afirmação de sua identidade afro-brasileira, e, em especial, para a legitimação de seu auto-reconhecimento como remanescentes de quilombos.