A proposta do artigo é entenderas relações estabelecidas entre senhores e escravizadosno Alegrete oitocentista, buscando evidenciar, com apoio em expressiva base documental, através do estudo das cartas de alforria, as lutas empreendidas pelos cativos para alcançar a liberdade. Alegrete, no decorrer do século XIX, caracterizou-se por ter sua economia predominantemente voltada para a pecuária.Intencionamosmostrar nestapesquisaque o fim da escravidão em Alegrete foi impulsionado por diversos fatores, entre eles, uma importante participação e atuação dos escravizados, sendo que a agência cativa esteve presente cotidianamente, na qual também foram protagonistas no processo.Aqui iremos analisar somente as cartas de alforria localizada em registros cartoriais. O Catálogo e Projeto “Documentos da Escravidão” do Arquivo Público do Estado do RioGrande do Sul (APERS) foi essencial na elaboração do artigo, pois o APERS disponibilizou na sua página da internet o catálogo contendo as alforrias registradas em cartório de várias localidades do Rio Grande do Sul, incluindo o município de Alegrete, nosso objeto de estudo.