RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: UMA DISCUSSÃO A RESPEITO DA EPISTEMOLOGIA SUBJACENTE AOS CONCEITOS UTILIZADOS NA ÁREA

Read

Endereço:
Rua Washington Luiz, 855 - 2° andar
PORTO ALEGRE / RS
0
Site: http://www.seer.ufrgs.br/read
Telefone: (51) 3308-3823
ISSN: 14132311
Editor Chefe: Luis Felipe Nascimento
Início Publicação: 31/12/1994
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Administração

RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: UMA DISCUSSÃO A RESPEITO DA EPISTEMOLOGIA SUBJACENTE AOS CONCEITOS UTILIZADOS NA ÁREA

Ano: 2013 | Volume: 19 | Número: 1
Autores: Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos, Eloise Livramento Dellagnelo
Autor Correspondente: Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos | [email protected]

Palavras-chave: Responsabilidade Social Corporativa; Epistemologia; Estudos Organizacionais.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

a importância da análise epistemológica na produção do conhecimento
científico em qualquer área em termos gerais e na administração em termos particulares, o
presente artigo se propõe a analisar os fundamentos epistemológicos de um dos temas que
vem ganhando relevância no contexto da produção acadêmica em administração: a
Responsabilidade Social Corporativa. A partir do estudo desenvolvido por Moretti e
Campanário (2009), o qual mapeou as principais referências bibliográficas utilizadas para
fundamentar os trabalhos apresentados sobre a temática nos Encontros Nacionais da Anpad,
foram selecionadas oito obras referenciadas, as quais estavam relacionadas especificamente
aos fundamentos da responsabilidade social e analisaram-se os trechos que tratam dos
motivos pelos quais as empresas praticam ações de responsabilidade social. Posteriormente,
as obras foram analisadas sob a ótica das principais correntes epistemológicas do séc. XX,
consideradas relevantes para a compreensão do fenômeno: empirismo, racionalismo,
utilitarismo, positivismo, funcionalismo e dialética. As conclusões apontam para o fato de
que, além da existência de uma zona de conforto intelectual nos estudos sobre o assunto, já
apontadas por Moretti e Campanário (2009), o embasamento das referências utilizadas está
centrado na lógica de operar do paradigma dominante nas ciências da administração,
ressaltando o caráter funcionalista e utilitarista das práticas de responsabilidade social por
parte das empresas. Curiosamente, os estudos não puderam ser classificados como empiristas,
racionalistas ou positivistas devido à falta de dados concretos que fundamentassem as
conclusões dos autores, com exceção da obra de Freeman (1999) a qual apresenta bases
empíricas a partir das quais as conclusões são auferidas. As conclusões chamam a atenção
para as dificuldades de desenvolvimento de um campo de pesquisas centrado em poucas obras
e com fundamentos epistemológicos restritos e não explicitados, levantando a necessidade de
proposição de pesquisas que, utilizando-se de diferentes pressupostos epistemológicos,possam descrever o fenômeno de forma mais precisa, contribuindo para uma compreensão reflexiva da atuação das organizações empresariais no campo social.