Na coevolução entre plantas e insetos inúmeros mecanismos de resposta vegetal foram desenvolvidos,
dentre eles destaca-se a produção de inibidores de proteases (IP). Sabe-se que quando uma planta
é atacada ou ferida ela aumenta os nÃveis de IP na região ferida (resposta local) e/ ou em toda planta
(resposta sistêmica). Neste contexto, o presente trabalho fundamentou-se em averiguar os efeitos bioquÃmico
e comportamental de Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) submetida a plantas de
soja, Glycine max L. (Fabaceae), pulverizadas com diferentes concentrações do inibidor de protease,
benzamidina. A partir da concentração de 0,15 % (p/v) de benzamidina houve uma redução na atividade
amidásica de serino-protease (tripsinas-like) da lagarta ao longo do tempo. Verificou-se que plantas
de soja pulverizadas com benzamidina, em presença de A. gemmatalis, tiveram crescente aumento na
inibição trÃptica, devido à elevação do conteúdo de inibidor endógeno. A benzamidina também afetou
a resposta comportamental de lagartas e mariposas de A. gemmatalis, as quais tiveram preferência
por plantas que foram pulverizadas com 0 % de benzamidina. Esses resultados sugerem que a pulverização
de plantas com inibidor benzamidina auxiliou positivamente no processo de defesa da planta
uma vez que ocorreu aumento de inibidor endógeno e não preferência do inseto por plantas com a
presença do inibidor. Assim, considera-se que o uso de IP é uma estratégia promissora no controle de
A. gemmatalis na cultura da soja.