Resultados da Intervenção Coronária Percutânea Primária em Pacientes do Sistema Único de Saúde e da Saúde Suplementar

Revista Brasileira De Cardiologia Invasiva

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Telefone: (11) 3849-5034
ISSN: 1041843
Editor Chefe: Áurea Jacob Chaves
Início Publicação: 31/12/1992
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Resultados da Intervenção Coronária Percutânea Primária em Pacientes do Sistema Único de Saúde e da Saúde Suplementar

Ano: 2011 | Volume: 19 | Número: 3
Autores: Rodrigo Barreto, Marcelo José de Carvalho Cantarelli, Hélio José Castello Jr., Rosaly Gonçalves, Silvio Gioppato, João Batista de Freitas Guimarães, Evandro Karlo Pracchia Ribeiro, Júlio César Francisco Vardi, Patricia Teixeira da Silva, Ricardo de Gasperi, Leonardo Cao Cambra de Almeida, Leonardo dos Santos Coelho, Roberto Simões de Almeida
Autor Correspondente: Rodrigo Barreto | [email protected]

Palavras-chave: Angioplastia. Stents, Infarto do miocárdio, Sistema Único de Saúde, Saúde Suplementar.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A intervenção coronária percutânea (ICP) primária
é a mais eficaz técnica de reperfusão no infarto agudo do
miocárdio (IAM) e seu sucesso depende de múltiplos fatores.
Este estudo teve como objetivo avaliar o perfil e comparar
os resultados hospitalares da ICP primária entre os pacientes
do Sistema Único de Saúde (SUS) e da saúde suplementar
(SS). Métodos: Entre 2006 e 2010, 493 pacientes foram
submetidos a ICP primária, sendo 220 tratados pelo SUS e
273, pela SS. A técnica e a escolha do material ficaram a
cargo dos operadores. Resultados: O grupo SUS tinha maior
número de pacientes Killip > I. Doença coronária multiarterial,
fluxo coronário pré-procedimento TIMI 0/1 e presença de
colaterais para o vaso tratado não diferiram entre os grupos.
O grupo SS utilizou mais cateteres de aspiração de trombos
(10% vs. 20,8%; P < 0,01) e inibidores da glicoproteína
IIb/IIIa (24,1% vs. 36,6%; P < 0,01). Não houve diferença em
relação ao tempo porta-balão (62,3 minutos vs. 64,2 minutos;
P = 0,91). Para os pacientes encaminhados de outros
hospitais, no entanto, o tempo de transferência foi maior no
SUS (400,8 minutos vs. 262,4 minutos; P < 0,01). O sucesso
da ICP e a ocorrência de eventos cardiovasculares e
cerebrovasculares maiores (ECCAM) não diferiram entre os
grupos (6,3% vs. 6,2%; P = 0,1). Idade, Killip III/IV e tempo
de transferência foram as variáveis que melhor explicaram
a ocorrência de ECCAM. Conclusões: As diferenças nos
perfis clínico, angiográfico e do procedimento dos pacientes
submetidos a ICP primária, atendidos pelo SUS e pela SS,
não tiveram impacto nos ECCAM. O tempo de transferência,
entretanto, elevado nos dois grupos e maior no grupo SUS,
mostrou ser preditor independente de eventos adversos.



Resumo Inglês:

Primary percutaneous coronary intervention
(PCI) is the most effective reperfusion technique in acute
myocardial infarction (AMI) and its success rate depends on
many factors. This study aimed to assess the profile and to
compare in-hospital outcomes of primary PCI among patients
from the Public Healthcare System (PuHS) versus those from
the Private Healthcare System (PrHS). Methods: From 2006
to 2010, 493 patients were submitted to primary PCI, of
which 220 were treated by the PuHS and 273 by the PrHS.
Procedure technique and materials were left to the operator’s
discretion. Results: The PuHS group had a larger number of
Killip > 1 patients. Multivessel coronary disease, pre-procedure
coronary flow TIMI 0/1 and the presence of collaterals for
the treated vessel did not differ between groups. The PrHS
group used more thromboaspiration catheters (10% vs. 20.8%;
P < 0.01) and glycoprotein IIb/IIIa inhibitors (24.1% vs. 36.6%;
P < 0.01). There was no difference for door-to-balloon times
(62.3 minutes vs. 64.2 minutes; P = 0.91). For patients referred
from other hospitals, however, transportation times were higher
for PuHS patients (400.8 minutes vs. 262.4 minutes; P < 0.01).
PCI success rates and the occurrence of major adverse
cardiovascular and cerebrovascular events (MACCE) did not
differ between groups (6.3% vs. 6.2%; P = 0.1). Age, Killip
III/IV and transportation time were the variables that best
explained the occurrence of MACCE. Conclusions: Differences
in the clinical, angiographic and procedure profile of patients
undergoing primary PCI treated by the PuHS and the PrHS
did not have an impact on MACCE. Transportation times,
however, high in both groups and higher in the PuHS group,
proved to be an independent predictor of adverse events.