Poucas publicações estão disponÃveis na literatura
avaliando a evolução hospitalar de pacientes diabéticos
submetidos a intervenção coronária percutânea (ICP) na era
contemporânea. Nosso objetivo foi avaliar os resultados agudos
pós-ICP de uma grande série de pacientes diabéticos e não-
diabéticos, tratados consecutivamente. Métodos: No perÃodo
de agosto de 2006 a fevereiro de 2012, 6.011 pacientes
foram
submetidos a ICP e incluÃdos no Registro do Hospital
Bandeirantes. A técnica e a escolha do material durante o
procedimento ficaram a cargo dos operadores. Os desfechos
clÃnicos foram registrados no momento da alta hospitalar.
Resultados: Os diabéticos mostraram ser mais idosos, mais
frequentemente do sexo feminino, com maior prevalência de
comorbidades e fatores de risco para doença arterial coronária,
à exceção do tabagismo. A maioria das caracterÃsticas
de complexidade das lesões, no entanto, não diferiu entre os
grupos. Nos diabéticos, o número de vasos tratados (1,6 ±
0,8 vs. 1,4 ± 0,7; P < 0,01) foi maior e o uso de stents de
menor calibre (2,9 ± 0,5 mm vs. 3 ± 0,5 mm; P < 0,01) foi
mais frequente. Taxa de sucesso do procedimento de 95,5%
foi alcançada nos dois grupos. Os desfechos hospitalares
não mostraram diferenças quanto à incidência de eventos
cardÃacos e cerebrovasculares adversos maiores (3,3% vs.
2,8%; P = 0,79), óbito (1% vs. 1,1%; P = 0,90), infarto agudo do miocárdio (2% vs. 2,4%; P = 0,35), acidente vascular
cerebral (0,1% em ambos os grupos), e revascularização de
emergência (0,3% em ambos os grupos). Hipertensão arterial
foi a variável que melhor explicou a ocorrência de eventos
cardÃacos e cerebrovasculares adversos maiores [odds ratio
(OR) 2,68, intervalo de confiança de 95% (IC 95%) 1,13-6,38;
P = 0,026). Conclusões: O diabetes agrega maior complexidade
clÃnica à ICP, sem modificar, entretanto, os desfechos
clÃnicos hospitalares.
There are few reports available in the literature
assessing in-hospital outcomes of diabetic patients undergoing
contemporary percutaneous coronary intervention (PCI). Our
objective was to assess the acute post-PCI outcomes of a
large series of diabetic and non-diabetic patients treated
consecutively. Methods: From August 2006 to February 2012,
6,011 patients were submitted to PCI and were included in
Hospital Bandeirantes Registry. The technique and devices
for the procedure were chosen by the operators. Clinical
outcomes were recorded at the time of hospital discharge.
Results: Diabetic patients were older and more often female,
with a higher prevalence of comorbidities and risk factors for
coronary artery disease, except for smoking. However, most of
the characteristics related to lesion complexity did not differ
between groups. In diabetics, the number of treated vessels
(1.6 ± 0.8 vs. 1.4 ± 0.7; P < 0.01) was higher and the use of
smaller stents (2.9 ± 0.5 mm vs. 3 ± 0.5 mm; P < 0,01) was
more frequent. Procedural success rate of 95.5% was achieved
in both groups. In-hospital outcomes did not differ regarding
the incidence of major adverse cardiac and cerebrovascular
events (3.3% vs. 2.8%; P = 0.79), death (1% vs. 1.1%;P = 0.90), acute myocardial infarction (2% vs. 2.4%; P = 0.35),
stroke (0.1% in both groups), and emergency revascularization
(0.3% in both groups). Hypertension was the variable that
best explained the occurrence of major adverse cardiac and
cerebrovascular events [odds ratio (OR) 2.68, 95% confidence
interval (95% CI) 1.13-6.38; P = 0.026). Conclusions: Diabetes
adds more clinical complexity to PCI, but has no significant
impact on in-hospital outcomes.