O objetivo do trabalho é revalorizar o modelo de estratégias de Miles e colaboradores, que foi
apresentado na década de 1970, e colocá-lo num quadro teórico de redes de negócios, já que
tanto os autores originais, quanto os trabalhos posteriores colocam as incertezas do meio e as
relações entre empresas, que são princÃpios valorizados nas teorias de redes, como o
fundamento para as decisões estratégicas. A proposição orientadora é que a opção dos
pequenos empresários por uma das quatro estratégias do modelo pode ser explicada a partir de
suas conexões na rede em que estão imersos. O argumento é sustentado pela análise das
convergências de artigos internacionais sobre as bases e capacidades do modelo e pela análise
de pesquisas brasileiras com pequenas empresas, nas quais o modelo foi aplicado, buscando
suas relações com variáveis demográficas, econômicas e de recursos das empresas. A
interpretação é que esses trabalhos utilizaram os princÃpios de redes, embora não o tivessem
explicitado. O artigo oferece um benefÃcio teórico, com o suporte da teoria de redes para o
modelo de Miles; oferece um benefÃcio metodológico ao indicar que as variáveis de rede, tais
como centralidade, densidade, conteúdo de fluxo e comprometimento, seriam as antecedentes
principais para a determinação da posição estratégica da empresa e cria um benefÃcio
gerencial, ao apresentar um modelo que é aplicável a pequenas empresas, com capacidade de
distinção entre as quatro estratégicas, ou seja, é possÃvel determinar a estratégia que a empresa
está seguindo, mesmo que não explicitada pelos seus dirigentes e indicar as possibilidades de
movimentos para novas posições.