O impairment test, embora seja relevante para a qualidade da informação contábil, requer a realização de estimativas subjetivas que permitem discricionariedade à gestão das empresas e abrem margem para o gerenciamento de resultados, sobretudo quando há permissão para que as perdas sejam revertidas. Nesse contexto, esta pesquisa objetivou investigar se existe relação entre as reversões das perdas por impairment evidenciadas pelas empresas brasileiras listadas na B3 e a prática de gerenciamento de resultados entre 2010 e 2019. Para isso, foi realizada uma pesquisa descritiva e quantitativa que testou três hipóteses originalmente desenvolvidas no trabalho de Duh et al. (2009) para analisar se as empresas que mais reconhecem perdas por impairment revertem essas perdas no futuro para evitar a diminuição do resultado contábil e se esse comportamento é mais pronunciado diante de maiores níveis de endividamento ou quando remuneram seus gestores com base no lucro. Os achados revelaram que, embora as empresas que reconheçam mais perdas realizem maiores reversões no futuro, essas reversões não ocorreram em um contexto de declínio do resultado e não foram influenciadas significativamente pelo endividamento e pela sensibilidade da remuneração dos gestores ao lucro. Considerando a escassez de evidências empíricas sobre essa temática no Brasil e a necessidade de se observar esse fenômeno em diferentes ambientes institucionais e regulatórios, espera-se que este trabalho contribua para estimular a realização de outros estudos semelhantes, bem como para fomentar discussões sobre como a possibilidade de reverter as perdas por impairment afeta a qualidade da informação contábil.
Although the impairment test isrelevant to the quality of accounting information, it requires subjective estimates that allow discretion to managecompanies and give rise to earnings management, especially when losses canbe reversed. In this context, this research aimed to investigate whether there is a relationship between the reversals of impairment losses evidenced by Brazilian companies listed on B3 and the practice of earnings management between 2010 and 2019. For this, descriptive and quantitative research was conducted, which tested three hypotheses initially developed in the work of Duh et al. (2009) to analyze whether the companies that most recognize impairment losses reverse these losses in the future to avoid the decrease in accounting earnings and whether this behavior is more pronounced in higher levels of indebtedness or when their managers are paid for performance. The findings revealed that, although companies that recognize more losses conduct more significantreversals in the future, these reversals did not occur in thecontext of declining earnings and were not significantly influenced by indebtedness and the managers’pay-performance sensitivity. Considering the scarcity of empirical evidence on this topic in Brazil and the need to observe this phenomenon in different institutional and regulatory environments, it is expected that this study will contribute to stimulatingthe conducting of other similar studies, as well as to foster discussions on how the possibility of reversing impairment losses affects the quality of accounting information.