O artigo procura traçar o estado atual dos conhecimentos sobre o relevo do Planalto Atlântico brasileiro, através de revisão bibliográfica sobre as pesquisas realizadas desde a década de 1930 até os dias atuais. Nesta revisão é possÃvel observar a formação de quatro correntes de explicação sobre a gênese do relevo do Planalto Atlântico que respondeu pela formação de uma verdadeira escola de pensamento geocientÃfica brasileira. Em primeiro lugar há uma corrente de modelos geomorfológicos erosivos com implicações tectônicas, em segundo é possÃvel verificar uma outra corrente com enfoque morfoclimático baseado nas mudanças climáticas do Terciário, em terceiro há uma seqüência de pesquisas que não é fundamentalmente geomorfológica, mas de enfoque predominantemente tectônico associado com elementos geomórficos, e, por último, há trabalhos destacando a formação por processos geoquÃmicos das feições geomórficas e até as superfÃcies aplainadas embutidas entre os grandes compartimentos de relevos regionais (Serra do Mar e Mantiqueira). A conclusão é que nenhuma dessas correntes são capazes de explicar totalmente a gênese geomórfica do Planalto, permanecendo velhas incógnitas que desafiam as abordagens apresentadas, nascendo novas questões e persistindo indagações que passam de perÃodo em perÃodo e de escola em escola.
This paper attempts to outline the current state o knowledge on the importance of the Brazilian Atlantic Plateau, through an extensive review of the literature on studies conducted since the 1930s to the present day. In this review, it is possible to observe the development of a true school of Brazilian geoscientific thought. Firstly, there is a line of erosive geomorphological models with tectonic implications. Secondly, it is possible to find another strain with morphoclimatic approach based on Quaternary climate change. Thirdly, there is a sequence of research that is not primarily geomorphological, but whose focus ismainly associated with tectonic geomorphic elements. And lastly, there are studies highlighting the formation through geochemical processes and even the geomorphic features of planed surfaces built up between the major compartments of regional reliefs (Serra do Mar and Mantiqueira). The conclusion is that none of these lines alone is able to fully explain the geomorphic genesis of the Plateau, remaining unknowns that challenge old approaches. New questions arise and old ones persist, across period to period and school to school.