É proposta deste artigo superar a antinomia subjetivismo-objetivismo no entendimento do carisma oriundo dos trabalhos de Weber e Bourdieu. Ao analisar a performance dos líderes pentecostais, nos trabalhos de Simon Coleman e Joel Robbins, podemos verificar uma retroalimentação entre os aspectos subjetivos e objetivos no exercício do carisma. Pretendo ainda apresentar o carisma para além da dominação, analisando-o em termos da performatividade que o líder pentecostal põe em ação através dos usos que faz do texto, em especial a transformação do texto em algo vivido e performado e que se estende em cadeias rituais de intensa energia emocional. Tal entendimento do carisma colabora ainda para compreendermos a ascensão dos líderes pentecostais a uma posição de autoridade religiosa acima de seus pares.