Este artigo discute o modo como as pessoas que habitam o sertão da Bahia são vistas e tratadas, em face da implantação de projetos governamentais que visam o desenvolvimento da região e do Brasil. Histórias e memórias são analisadas a partir de entrevistas feitas para a dissertação do mestrado em Sociologia. Ao longo da história esse povo viveu e vive sob a condição em que a ausência do dominador exerceu o seu domínio, mas, paradoxalmente, possibilitou uma intensa produção existencial. Neste trabalho, percorreremos esse campo, o do ignorado, através de uma nova escuta de suas vozes, através dessas entrevistas. Ouvir as vozes ignoradas nos remetem a outros mundos.