O artigo tem como objetivo discutir o surgimento do indivíduo como uma nova forma de ator social, fazendo uma análise das revoltas e protestos atuais. Mostra-se como na análise rousseauniana a noção de representação política é questionada e, ao mesmo tempo, a democracia direta é defendida como a única democracia possível, o que implica numa crítica ao monopólio dos partidos políticos sobre a representação. Debatem-se criticamente as recentes teses elaboradas por Zigmunt Bauman, Manuel Castells e Negri e Hardt sobre as revoltas. Questiona-se a ideia de que as manifestações em questão sejam produto de movimentos sociais e propõe-se pensar esse fenômeno atual como uma expressão emergente, embora ainda difusa, de aquilo que, por falta de um conceito melhor, poderíamos chamar de “indivíduo”, como um ator social. Por último, sustenta-se o encontro inevitável entre política e tecnologias de informação e comunicação. Em outras palavras, uma das ideias desenvolvidas ao longo do texto afirma a possibilidade do exercício, de fato, da democracia direta, aberta pelos avanços originados nessas tecnologias.