O Ãlbum branco dos Beatles pode ser entendido, simultânea e paradoxalmente, como um desdobramento e uma negação do trabalho anterior do grupo inglês (Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band). Neste artigo, tal disco é analisado como materializa- ção de uma estrutura de sentimento em reconfiguraç ão, tanto em relação à economia estética que apresentou – desde a sua capa até as canções (facilitando sua leitura em função de uma aproximação de repertórios) –, quanto à dualidade dos registros de “Revolution†(1 e 9). Enquanto a primeira evidencia um posicionamento comedido musicalmente e de indefinição polÃtica, a segunda contém experimentos estéticos diferenciados relativos à letra e música segundo os padrões da música pop, inclusive em comparação com outras canções experimentais dos Beatles. De acordo com essa perspectiva de análise, “Revolution 9†englobaria uma aproximação com as vanguardas europeias ao mesmo tempo em que manteria elementos da música popular.
The Beatles’ White Album can be seen, simultaneously and paradoxically, as a movement forward and a denial of their previous work (Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band). In this paper, the White Album is analyzed as the materialization of feeling structure, that was being reconfigured, as far as both the aesthetic economy it brought – from its cover to the songs recorded (making its reading easier due to an approachable repertory) – and the duality in the “Revolution†(1 and 9) registers are concerned. While the first song suggests musical moderation and political lack of definition, the second one includes differentiated aesthetic experiments in lyrics and music, even in comparison with other experimental Beatles recorded songs. According to this analytic perspective, we could say that “Revolution 9†is close to European vanguards and, at the same time, has pop music elements.