A síndrome Rhupus é uma sobreposição entre a Artrite Reumatoide (AR) e o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), e cursa com poliartrite simétrica e erosões articulares, associadas a manifestações sistêmicas do Lúpus. A síndrome possui prevalência variável de 0,01 e 2% entre as doenças do tecido conjuntivo e é determinada por fatores genéticos, hormonais e ambientais. Foi realizada uma revisão sobre a síndrome Rhupus, nos trabalhos publicados entre os anos 2002 e 2021, com o objetivo de discussão do tema como meio de reunir informações a fim de auxiliar a prática médica em relação a essa doença incomum. Atualmente, o diagnóstico da Rhupus é estabelecido por meio dos critérios de classificação da Artrite reumatoide e do Lúpus, de forma simultânea, já que ainda não possui critério próprio. Com relação ao quadro clínico, o paciente com Rhupus apresenta maior envolvimento articular quando comparado aos pacientes com AR, além de apresentarem um quadro mais brando de doença sistêmica em comparação com os pacientes com diagnóstico de Lúpus. O tratamento inclui, basicamente, anti-inflamatórios não esteroidais, utilizados com intuito de reduzir os sintomas álgicos, e drogas antirreumáticas modificadoras de doença (DMARD), que agem reduzindo a progressão do quadro. Conclui-se que a falta de critérios classificatórios próprios, podem subestimar a incidência dessa patologia. Dessa forma, é necessário o rastreio do Rhupus em pacientes com acometimento articular já classificado com Lúpus, ou em pacientes com Artrite Reumatoide evoluindo com fator antinuclear com padrão maior ou igual à 1:80.