O artigo descreve e analisa os processos de decisão de hospitalização psiquiátrica a partir de uma aproximação etnográfica. Concentra-se na questão da periculosidade e do risco, condições que definem o critério de internação desde uma perspectiva psiquiátrica. Analisa os argumentos psicanalÃticos sobre as hospitalizações como estratégia terapêutica. Os resultados da análise mostram que internar ou não internar a uma pessoa é decidido mediante um saber prático, situacional e contextual posto em jogo em cada momento. Nessa decisão operam o lugar institucional do professional, a pertencimento a uma especialidade, as leituras teóricas sobre a situação do paciente e finalmente, a disponibilidade de recursos alternativos.
This paper describes and analyzes the decision-making process for psychiatric hospitalization using an ethnographic approach. It concentrates on the issue of dangerousness and risk, which are the conditions that define hospitalization criteria from a psychiatric perspective. It analyzes the psychoanalytical arguments regarding hospitalization as a therapeutic strategy. The results from the analysis show that decision on whether to hospitalize an individual are made through the practical, situational and contextual knowledge presented on each occasion. The professional's institutional position and membership of a specialty, the theoretical readings of the patient's situation and, finally, the availability of alternative resources are factors involved in such decisions.
Este artÃculo describe y analiza los procesos de decisión de internación psiquiátrica a partir de una aproximación etnográfica. Se concentra en la cuestión de la peligrosidad y el riesgo; condiciones que definen el criterio de internación desde una perspectiva psiquiátrica. Analiza los argumentos psicoanalÃticos sobre la hospitalización como estrategia terapéutica. Los resultados del análisis muestran que internar o no internar a una persona se decide mediante un saber práctico, situacional y contextual puesto en juego a cada momento. En esta decisión operan el lugar institucional del profesional, la pertenencia a una especialidad, las lecturas teóricas sobre la situación del paciente y la finalmente la disponibilidad de recursos alternativos.