O texto ensaia possibilidades de pensar a educação escolar e a formação docente como instâncias de produção de significados sobre os gêneros e as sexualidades, buscando problematizar um pressuposto: as oposições binárias. De que modos os processos educativos-formativos produzem e reforçam binarismos de gênero e sexualidades? Quais os efeitos do pensamento binário e de que modos os currículos e as práticas escolares se organizam a partir dele? Poderíamos ensaiar pensamentos não-binários em educação? Suspeitamos de que os binarismos produzem e reforçam relações de poder que enquadram e hierarquizam sujeitos e práticas. Dialogando com teorizações e estudos contemporâneos, tomamos a educação como campo de produção de experiências, tendo como referência o pensamento queer e os estudos pós-críticos como mote para pensar outras práticas, rompendo fronteiras, suspeitando de verdades embasadas em campos discursivos como as ciências biológicas e as religiões, pluralizando processos identitários.
The text rehearses possibilities of thinking about school education and teacher training as instances of producing meanings about genders and sexualities, seeking to problematize an assumption: binary oppositions. In what ways do educational-training processes produce and reinforce gender and sexuality binarisms? What are the effects of binary thinking and how are school curricula and practices organized around it? Could we rehearse non-binary thoughts in education? We suspect that binarisms produce and reinforce power relationships that frame and hierarchize subjects and practices. Dialoguing with theorizations and contemporary studies, we take education as a field for the production of experiences, using queer thinking and post-critical studies as a motto to think other practices, breaking boundaries, suspecting truths based on discursive fields such as biological sciences and religions, pluralizing identity processes.