RORAIMA COMO UMA DAS GUIANAS: o vale do Rio Branco e a “Ilha da Guiana"

Outros Tempos Pesquisa Em Foco História

Endereço:
Universidade Estadual do Maranhão, Curso de História, Campus Paulo VI, Bairro Tirirical
São Luís / MA
Site: http://www.outrostempos.uema.br
Telefone: (98) 3245-6141
ISSN: 18088031
Editor Chefe: Marcelo Cheche Galves
Início Publicação: 13/04/2004
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

RORAIMA COMO UMA DAS GUIANAS: o vale do Rio Branco e a “Ilha da Guiana"

Ano: 2015 | Volume: 12 | Número: 20
Autores: ANDRÉ AUGUSTO DA FONSECA
Autor Correspondente: ANDRÉ AUGUSTO DA FONSECA | [email protected]

Palavras-chave: Brasil colonial, Brasil - Tratados Internacionais, Amazônia colonial, Guianas - História

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo discute as razões para que os estudos históricos sobre a bacia do Rio Branco (correspondente ao atual estado brasileiro de Roraima) levem em conta as suas relações com o espaço mais amplo das Guianas. Embora as fontes coloniais luso-brasileiras raramente denominem a fronteira setentrional como “Guiana Portuguesa”, o topônimo desde muito cedo foi usado por estrangeiros e pela cartografia internacional para referir-se à região, sempre que ela era objeto de confrontação com as áreas controladas pelas demais potências coloniais (Espanha, França, Holanda e, mais tarde, a Inglaterra). Os europeus inteiraram-se das redes relacionais interétnicas do espaço das Guianas, interferindo no quadro de alianças e rivalidades locais. A história colonial do vale do Rio Branco se define pela disputa geopolítica e estratégica de Portugal com os competidores europeus nesse espaço. Os sucessivos tratados entre as metrópoles e, posteriormente, os Estados Nacionais foram modificando as configurações e relações sociais e étnicas na região. O Congresso de Viena (1815), contemporâneo das guerras de Independência na América Latina, encerrou um ciclo de conflito global entre França e Inglaterra e ratificou a nova correlação de forças entre as potências coloniais na ilha das Guianas, mas não encerrou os litígios territoriais. Além de impor a devolução de Caiena à França (e intervir na questão de fronteiras com a América Portuguesa), sancionou uma mudança indelével na região: a transferência das antigas colônias holandesas de Demerara, Essequibo e Berbice, para a soberania britânica.



Resumo Inglês:

This paper discusses why historical studies on the basin of the Branco river (corresponding to the current Brazilian state of Roraima) should take in account its relations with the wider space of the Guyana. Although the Luso-Brazilian colonial sources rarely denominate the northern border as "Portuguese Guyana ", this toponym was used since an early age by foreigners and by international cartography to refer to the area where it was opposed to zones controlled by other colonial powers (Spain, France, Holland and later England). Europeans were aware of interethnic relational networks of the Guyana space, interfering in the framework of alliances and local rivalries. The colonial history of the Branco river Valley is defined by geopolitical and strategic disputes between Portugal and the European competitors in that space. Successive treaties between the colonial powers and subsequently the National States gradually modifyed the social and ethnic relations and settings in the region. The Congress of Vienna (1815), contemporary of independence wars in Latin America, ended a cycle of worldwide conflict between France and England and ratified the new correlation of forces between the colonial powers on the island of Guyana, but did not end the territorial disputes. In addition to imposing the return of Cayenne to France (and intervene on the issue of borders with Portuguese America), signed an indelible change in the region: the transfer of the former Dutch colonies of Demerara, Essequibo and Berbice to British sovereignty.



Resumo Espanhol:

Este artículo analiza por que los estudios históricos de la cuenca del Río Branco (correspondiente al actual estado brasileño de Roraima) deben tener en cuenta sus relaciones con el espacio más amplio de las Guayanas. Aunque las fuentes coloniales luso-brasileñas raramente denominan la frontera norte como "Guiana Portuguesa", el topónimo desde muy temprano fue empleado por los extranjeros y por la cartografía internacional, en relación con las zonas guayanesas controladas por otras potencias coloniales (España, Francia, Holanda y más tarde Inglaterra). Los europeos se interaron de las redes relacionales interétnicas del espacio de las Guayanas y se introdujeron en el marco de alianzas y rivalidades locales. La historia colonial del Valle del río Branco se define por disputa geopolítica y estratégica entre Portugal y los competidores europeos en ese espacio. Tratados sucesivos entre las metrópolis y posteriormente los Estados Nacionales fueron modificando la configuración y las relaciones sociales y étnicas en la región. El Congreso de Viena (1815), contemporáneo de las guerras de independencia en América Latina, terminó un ciclo de conflictos globales entre Francia e Inglaterra y ratificó la nueva correlación de fuerzas entre las potencias coloniales de la isla de Guyana, pero no puso fín a las disputas territoriales. Además de imponer el regreso de Cayenne a Francia (e intervenir en la cuestión de las fronteras con la América portuguesa), firmaron un cambio indeleble en la región: la transferencia de las antiguas colonias holandesas de Demerara, Esequibo y Berbice a la soberanía británica.