A Rosa brasileira que incendiou a questão religiosa em Portugal: o Caso Calmon (1899–1901)

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ISSN: 14137704
Editor Chefe: Alexandre Vieira Ribeiro
Início Publicação: 30/11/1996
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

A Rosa brasileira que incendiou a questão religiosa em Portugal: o Caso Calmon (1899–1901)

Ano: 2014 | Volume: 20 | Número: 36
Autores: Isabel Corrêa da Silva
Autor Correspondente: Isabel Corrêa da Silva | [email protected]

Palavras-chave: religião; anticlericalismo; laicismo.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No processo de progressiva secularização da sociedade, que, na Europa e na América, ganhou renovado fôlego a partir de finais do século XIX, as relações entre Estado e Igreja assumiram muitas vezes uma dinâmica conflituosa a que a historiografia convencionou chamar de “questão religiosa”. Neste artigo, proponho-me a analisar um momento alto dessa tensão relacional em Portugal a partir de um episódio concreto que, por uma convergência de circunstâncias e predisposições, se transformou num marco simbólico do processo de laicização da sociedade portuguesa. Trata-se da polêmica gerada em torno da vocação religiosa da filha do cônsul do Brasil na cidade do Porto — caso que conduziu a um dos mais acesos e participados debates sobre religiosidade, direitos individuais e confessionalidade do Estado, envolvendo instâncias governamentais e sociedade civil numa mobilização até então nunca vista em assuntos dessa natureza. Anticongreganismo, anticlericalismo e militância laica foram os protagonistas desse episódio, que envolveu cidadãos e chancelarias brasileiras e no qual é possível identificar, com toda a clareza, as linhas de clivagem as quais viriam mais tarde a determinar os contornos da questão religiosa durante o regime republicano, entre 1910 e 1926.