OBJETIVO: descrever e discutir a questão do enquadre no processo terapêutico fonoaudiológico de um bebê deficiente auditivo e suas implicações no método clÃnico.
MÉTODO: estudo de caso por meio de gravações de sessões terapêuticas durante um ano, as quais foram selecionadas, descritas e transcritas conforme método de transcrição proposto por Tait (1992). Foram analisados: contexto das situações de terapia, as técnicas e o método clÃnico, que contribuÃram para o tipo de enquadre terapêutico preconizado e para o desenvolvimento de linguagem da criança estudada.
RESULTADOS: o estudo de caso de um bebê deficiente auditivo, identificado no terceiro dia de vida, que iniciou processo terapêutico e indicação de aparelhos de amplificação, com dois meses de idade. Foram problematizadas particularidades do enquadre terapêutico, tais como: espaço fÃsico da sala de terapia, participação da mãe nas sessões. Esses aspectos são fundamentais, mas não suficientes para o atendimento. O espaço potencial que se estabelece na relação terapeuta-mãe-bebê, também abordado no presente estudo, propiciou situações que favoreceram o desenvolvimento de linguagem da criança e ajustes das expectativas da famÃlia quanto ao desenvolvimento. As situações propiciadas pelo espaço potencial são montadas para serem interessantes à criança e à mãe, e visam promover o progresso do bebê.
CONCLUSÕES: este estudo permitiu explicitar as particularidades do enquadre e as caracterÃsticas do processo terapêutico do bebê deficiente auditivo. Demanda, portanto, que a formação do fonoaudiólogo inclua conhecimentos sobre: desenvolvimento infantil dos primeiros anos de vida, processo de construção da relação mãe-bebê, aliados a técnicas terapêuticas que possibilitem transformações no contexto deste enquadre particular.
PURPOSE: to describe and discuss the setting in the therapeutic process of a hearing impaired baby and implications as for the clinical methods in speech and language pathology and therapy.
METHOD: a case study through recordings of therapy sessions for a year .Parts of a selected session were described, transcribed, and analyzed.
RESULTS: the case studied was a baby that fails in a hearing screening with three days of life, who began therapeutic process and an indication of amplification devices when she was two months old. The settings showed several aspects that were specific to babies, as it follows ahead: size, furniture, and acoustics of therapy room; frequency of therapy sessions; presence of mother and /or other caretakers in the therapy room. Those were necessary but not sufficient for the therapeutic process aiming at language development. The potential room established in the relationship mother-baby-therapist was crucial to promote language development and to deal with family's expectations. The intervention in the first year can be named diagnostic intervention since it contributes to the diagnosis.
CONCLUSIONS: the case studied allowed for discussing aspects related to the therapeutic setting and characteristics of the intervention process when the subject is a baby. The discussion implies that the speech pathologist and audiologist should have background in child development and on mother-baby relationship in the first years of life.