Habitações de Interesse Social (HIS) fornecidas pelo programa brasileiro Minha Casa, Minha Vida (MCMV) frequentemente expõem os moradores ao estresse térmico e a condições inadequadas de habitabilidade, devido à falta de adaptação ao clima local. Reformas autoconstruídas que aumentam a densidade das moradias agravam esses problemas ao restringirem a ventilação natural e a incidência de radiação solar, o que, por sua vez, intensifica o desconforto térmico, o consumo de energia e os problemas de saúde. Este artigo apresenta uma avaliação da resiliência climática de unidades horizontais de HIS do programa MCMV utilizando a Régua de Resiliência (RR), uma ferramenta de Avaliação Pós-Ocupação (APO) que mede a resiliência a partir do conforto térmico dos usuários, em uma escala de 1 (não resiliente) a 5 (muito resiliente). Conduzida em zona de clima misto e seco, representado pela cidade de Uberlândia, MG, Brasil, a análise revelou uma média de resiliência igual a 2 (pouco resiliente) em relação ao projeto bioclimático da habitação e à adaptabilidade climática dos moradores, indicando áreas prioritárias para intervenção. O estudo amplia a compreensão sobre a relação entre modificações em HIS horizontais e a resiliência climática com base no conforto térmico humano. Além disso, o estudo direciona diretrizes de reforma voltadas ao fortalecimento da resiliência climática nas habitações, com contribuições relevantes para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11 e 13. A pesquisa reforça a importância de metodologias como a APO no apoio a práticas mais eficazes de projeto e gestão em HIS, especialmente frente aos desafios impostos pelas mudanças climáticas globais.