Esse artigo pretende abordar questões referentes a uma nova abordagem teórico-metodológica sobre o tema do patrimônio cultural no âmbito da ciência geográfica. Na atualidade as discussões acerca do patrimônio cultural estão cada vez mais centradas nas questões da identidade e é na escala do lugar que ela se estabelece, sendo esta uma categoria concreta de análise do espaço geográfico. É no lugar que se guarda o significado e as dimensões do movimento da história, passÃvel de ser apreendida pela memória decorrente da acumulação dos tempos, natureza transformada pela prática social, acumulando cultura que se insere em um espaço e tempo. Elegemos como estudo de caso o conjunto urbano de São Luiz do Paraitinga (SP), destacando as caracterÃsticas do seu espaço concebido que nos remetem ao urbanismo ilustrado português que fizeram deste conjunto um exemplar paradigmático no sul e no sudeste do Brasil, o que justificou o seu reconhecimento como Patrimônio Cultural Nacional pelo IPHAN em 2010, ressaltando que o mesmo é acautelado pelo CONDEPHAAT desde 1982, sendo o seu maior conjunto urbano tombado. Procuramos entender como este espaço concebido é apropriado pela população local como espaço vivido, lugar de ver e ser visto e das mais diversas manifestações culturais, o patrimônio imaterial.