Nomeado primeiro prefeito da cidade de São Paulo, Antônio Prado (1840-1929), durante seus quatro mandatos consecutivos, destaca-se como uma espécie de “herói civilizador” do processo de modernização econômica, política e social experimentado pela capital paulista no início do século XX. Ao lado de seu filho, Paulo Prado (1869-1943), e de outros membros da sua tradicional família paulista ligada à produção do café, procura construir um presente e um futuro para São Paulo e para o Brasil, a partir de uma articulação entre uma ideia de "modernização" e "progresso" -que encontra seus primeiros impulsos na atividade cafeeira-, e um elogio da “tradição bandeirante” -já presente, por exemplo, na criação do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (1894). Este artigo pretende discutir o papel dos Prados na criação de um imaginário que ressalta a centralidade de São Paulo na nação e que permanecerá presente, anos depois, na memória dos chamados “modernistas” de 1922.
Antônio Prado (1840–1929), appointed the first mayor of São Paulo, during his four consecutive terms became well known for being a kind of “civilizing hero” of the city’s economic, political and social modernization at the beginning of the late twenty century. Connected to his son, Paulo Prado (1869-1943), and his traditional family, a long-established family in the coffee business from São Paulo, he pursued to build a present and a future for São Paulo and for Brazil, starting from combining compliments of the march of "progress" and "modernization" -which finds its earliest stimuli in the coffee industry’s strong economic activity-, and the “bandeirante tradition” of colonial Brazil -an idea already translated, for example, into the establishment of the Institute of History and Geography of São Paulo (1894). This article addresses the role of the Prado family in creating an imagery of São Paulo emphasizing its central role for Brazil, which remained for many years in the memory of the so-called “the 1922 modernists”.