Sífilis congênita e gestacional: notificação e assistência pré-natal

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ISSN: 23183691
Editor Chefe: Orfa Yineth Galvis-Alonso
Início Publicação: 31/12/2001
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

Sífilis congênita e gestacional: notificação e assistência pré-natal

Ano: 2019 | Volume: 26 | Número: 1
Autores: Marina Luiza Dalla Costa Favero; Kristoffer Andreas Wendel Ribas; Marcia Cristina Dalla Costa; Simone Martins Bonafé
Autor Correspondente: Marina Luiza Dalla Costa Favero | [email protected]

Palavras-chave: Sífilis Congênita; Cuidado Pré-Natal; Transmissão Vertical de Doença Infecciosa.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Introdução: A sífilis é uma doença infectocontagiosa que pode ser adquirida durante o período gravídico-puerperal e apresenta altas taxas de transmissão vertical, sendo considerada uma doença de fácil prevenção. Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico dos casos notificados de sífilis congênita e sífilis gestacional, bem como verificar possíveis relações entre fatores sociodemográficos e clínicos associados às notificações de sífilis congênita. Material e Métodos: Estudo observacional, transversal com delineamento descritivo, usando abordagem quantitativa-analítica em que foram incluídas todas as fichas de notificação de sífilis congênita (2009 a 2015) e sífilis gestacional (2008 à 2014) do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do município de Maringá/Paraná/Brasil. As características maternas foram comparadas por meio de frequências relativas, consideradas diferenças estatisticamente significativas pelo teste do qui-quadrado bicaudal (p<0,05). A força das associações foi determinada pelo odds ratio, com intervalos de confiança de 95% na análise de regressão logística. Posteriormente, aplicou-se o teste HL nas variáveis que apresentaram associação ao menos moderada (p<0,25) com a variável que indica a aderência ao tratamento pelo teste qui-quadrado. Resultados: Foram notificados 120 casos de sífilis gestacional e 103 de sífilis congênita. Destes, observou-se tendência crescente na incidência a partir do ano de 2012, com aumento de 200% nas notificações de sífilis congênita de 2014 para 2015. Os casos de sífilis gestacional foram mais frequentes em mães de 20 a 30 anos (50,49%) e com baixa escolaridade (86,41%). Observou-se que 94,17% das crianças notificadas com sífilis gestacional nasceram de mães que realizaram o pré-natal, mas apenas 42,72% dos casos as mães foram tratadas adequadamente. As análises demonstraram que 61% dos filhos das gestantes notificadas com sífilis gestacional não foram notificadas com sífilis congênita. Conclusão: Encontrou-se alta incidência de casos no município estudado, cujos fatores associados à sífilis congênita sugerem falhas na assistência pré-natal, especialmente no tratamento inadequado das gestantes e seus parceiros, indicando a necessidade de reorientação das estratégias para reduzir a incidência desta morbidade.