Proponho neste ensaio, demonstrar uma possÃvel sequência de abordagens antropológicas sobre a ciência. Sequência que perpassa pelos estudos do simbólico e formas de dominação, pelas descrições de técnicas e controvérsias até uma nova ideia sobre a vida. Para tanto, apresento a noção de campo de Pierre Bourdieu e a noção de hÃbridos de Bruno Latour, diante dos possÃveis ganhos da entrada da noção de vida de Tim Ingold nos estudos antropológicos sobre atividades cientÃficas. Trata-se, portanto, de ver os resultados do jogo entre as certezas e incertezas dos estudos simbólicos da ciência com as incertezas e certezas da abordagem sobre controvérsias cientÃficas, à luz de um alargamento na noção de vida. A argumentação construÃda neste ensaio mostra as contribuições destes autores para o entendimento das nuances que constituem parte da entrada da antropologia nos estudos sobre ciência, como também, por contraste, faz aparecer desnÃveis e marcas de suas posturas teórico-analÃticas para além de seus focos de estudos, uma vez que, suas crÃticas são de profunda inspiração no modo antropológico de compreende o mundo contemporâneo. A ideia é, portanto, ver como diferentes posturas antropológicas reverberam umas nas outras, assim, como a disputa –mesmo que através de um exercÃcio de ficção antropológica –, pode ser de grande valia no entendimento de atividades cientÃficas.
