O objetivo deste artigo é apontar a importância vital do diálogo socrático e, em especial, na figura de Sócrates na construção da tese dos exercícios espirituais de Pierre Hadot e a transformação/construção ética do sujeito ante a condição frágil e vulnerável do ser humano. Esse objetivo é aqui pensado a partir da interpretação que Hadot faz da figura de Sócrates e da filosofia antiga. Com efeito, desde o início do pensamento grego, o Sábio aparece como uma norma viva e concreta como nota Hadot: “essas pesquisas, essas reflexões sobre o Sábio como norma se fixaram pouco a pouco, por muitas razões, na figura única de Sócrates”. Sócrates torna-se o mediador entre o ideal transcendente de sabedoria e a realidade ética humana concreta.