O presente artigo pretende tecer algumas considerações a respeito dos discursos e práticas da área
da saúde do trabalhador em relação aos trabalhadores dos serviços públicos. Na primeira parte,
demarca a construção do campo da Saúde do Trabalhador enquanto polÃtica pública no Brasil,
identificando como as Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador trataram o tema da saúde do
servidor público. Em seguida, analisa entrevistas realizadas com profissionais da PerÃcia Médica de
um estado brasileiro. Ao final, conclui que ações voltadas à atenção da saúde do servidor público não
integram uma polÃtica pública, mas ficam à mercê dos diferentes governos, sendo que os enunciados
sobre a saúde do trabalhador têm uma frágil penetração em um campo ainda hegemônico da
medicina do trabalho. A saúde do servidor público não tem merecido investimento, apenas controle,
em consonância com um longo histórico de desvalorização do setor público.
This article presents a discussion on the discourses and practices concerning the health care
workers’ field in relation to the public sector’s workers. Initially we define the social construction of
the worker’s health field in Brazil as a public policy by identifying how the National Workers’ Health
Conferences treated the subject of the civil servants’ health. Following, we analyzed interviews
conducted with the staff responsible for the workers’ health department of a Brazilian state. We
concluded that the programs directed to the health care of civil servants do not integrate a public
policy, and change at the will of each presidential administration; the central principles of the worker’s
health movement have a fragile penetration in the occupational medicine hegemonic field. The civil
servant, as a worker, has not received the deserved attention, but only control, and this fact is
coherent with a long history of discredit of the public sector.
El actual artÃculo se prepone tejer algunas consideraciones con respecto a los discursos prácticos
y del campo de la salud del trabajador en lo referente a los trabajadores de los servicios publicos.
Empezamos la demarcación de la construcción del campo de la salud del trabajador como polÃticas
públicas en el Brasil, identificando como las conferencias nacionales de la salud del trabajador se
habÃan ocupado del tema de la salud del servidor público. Después de eso, analizamos las entrevistas
llevadas a cabo con los profesionales de la peritación médica de un estado brasileño. Concluimos que
las acciones dirigidas a la atención de la salud del servidor público no integran una polÃtica pública,
pero están sometidas a los designios de los diversos gobiernos, y que las declaraciones de la salud del
trabajador tienen una débil influencia en un campo de la medicina del trabajo que tiene la hegemonÃa.
El servidor público, como trabajador que es, no ha merecido la inversión debida sino el control, de
acuerdo con una larga historia de depreciación del sector público.