O tema saúde tem sido analisado desde a antiguidade, no entanto, nem a Filosofia, nem a Ciência alcançaram um conceito de aceitação universal para a questão. A discussão epistemológica sobre o assunto, intensa entre os pensadores contemporâneos, sequer alcança o consenso de que saúde seja um conceito passível de ser definido em termos objetivos, na esfera do campo científico, ou se apenas constitui em experiência vivencial de natureza individual e subjetiva, não redutível ao campo científico, onde o imperativo da generalização é mandatário. Se isso acontece com a questão da saúde em geral, quando se trata da saúde mental surgem complicações adicionais. Na prática, o estado de saúde mental também é definido, tal como em outras áreas, pela ideia antiga de ausência de doenças, ou ausência de transtornos mentais, mas não se diz, popularmente ou no meio médico, que a pessoa que não apresente transtornos é uma pessoa mentalmente sadia. Detectam-se tais transtornos pelo comportamento divergente do padrão normal, ou seja, fora do que é estabelecido como normalidade no âmbito social e cultural. Nesse ponto é que surge uma questão importante para o debate filosófico: normalidade poderia ser considerada igual a saúde? E se o padrão normal de comportamentos e atitudes de uma dada sociedade for doentio? E se a sociedade for doente? Definir o que é normal e diferenciá-lo do que é patológico pode ser algo de extrema complexidade, independendo do ângulo de aproximação que se utilize, sendo o entendimento dificultado devido a muitos dos termos usualmente utilizados em tais definições carecerem de um sentido universal no que se refere ao seu uso e a sua aceitação. Todavia, através desse esforço analítico, o presente artigo busca discutir com mais profundidade os conceitos de normalidade e patologia recorrendo aos autores, Foucault em torno da ideia de ...
The subject of health has been analyzed since antiquity, however, neither Philosophy nor Science have reached a concept of universal acceptance for the issue. The epistemological discussion on the subject, intense among contemporary thinkers, does not even reach the consensus that health is a concept that can be defined in objective terms, in the sphere of the scientific field, or if it is merely an experiential experience of an individual and subjective nature, not reducible to the scientific field, where the imperative of generalization is mandatory. If this happens to the general health issue, when it comes to mental health additional complications arise. In practice, the state of mental health is also defined, as in other areas, by the old idea of absence of illness or absence of mental disorders, but it is not said, popularly or in the medical field, that the person who has no disorders You are a mentally healthy person. Such disorders are detected by behavior that deviates from the normal pattern, that is, outside what is established as normal in the social and cultural context. At this point an important question arises for the philosophical debate: could normality be considered equal to health? What if the normal pattern of behavior and attitudes in a given society is unhealthy? What if society is sick? Defining what is normal and differentiating it from what is pathological can be extremely complex, regardless of the approach angle used, and understanding is hampered by the fact that many of the terms usually used in such definitions lack a universal meaning in what they are. refers to its use and acceptance. However, through this analytical effort, the present article seeks to discuss in more depth the concepts of normality and pathology using the authors, Foucault around the idea of ...