Em 2003, sob organização de Júlio Castañon Guimarães, foi publicada uma recolha de poemas traduzidos por Carlos Drummond de Andrade. Essa faceta pouco mencionada do poeta não era exatamente uma surpresa, mas, de qualquer forma, a emergência dessas traduções colaborou decisivamente para redimensionar criticamente sua atuação no campo literário brasileiro entre as décadas de 1960 e 1970 e para ampliar o entendimento sobre os diálogos intertextuais que se travam no interior de sua obra. No artigo que segue, focalizaremos duas traduções realizadas por Drummond: a primeira, de um fragmento de “Batuque”, poema de Aimé Césaire; a segunda, de duas séries de poemas-aforismos de Malcolm de Chazal.
In 2003, an anthology of poems translated by Carlos Drummond de Andrade was organized by Júlio Castañon Guimarães. This work might be surprising for some not profoundly acquainted with Drummond´s opus, but it anyway collaborates decisively for a further critical understanding on his role in brazilian´s literary campus between 1960´s and 1970´s and on the intertextual levels operating into his poetry. This article is a study on two cases of poetic translation carried out by Drummond: “Batuque”, a poem by Aimé Césaire, and a series of poetical aphorisms by Malcolm de Chazal.