A experiência geográfica é um fenômeno completo, que envolve nossa
relação com o mundo de maneira essencial. Ela se dá pelos sentidos,
envolvendo intuição e razão, operadas pela percepção, sensação
e entendimento. Os sentidos são mediadores deste contato da
consciência com o mundo, mediando a própria experiência geográfica.
Dentre estes, o gosto e o sabor são aqueles que historicamente
foram relegados à categoria de hedonistas, sem a faculdade do
conhecimento. As epistemologias contemporâneas, no entanto,
promoveram aberturas nas quais o conhecimento também está no
intuitivo e volitivo, reabilitando o sabor como órgão de conhecimento.
O artigo explora esta abertura, refletindo sobre as implicações
epistemológicas do estudo do sabor pela Geografia, considerando-o
como sensação, sentido e conhecimento.
The geographical experience is a complete phenomenon, which
involves our relationship with the world in an essential manner.
It happens through senses, involving intuition and reasoning,
operated by perception, sensation and understanding. The senses
are the mediators of this contact between conscience and the world,
mediating the geographical experience itself. Among them, taste and
flavor were those historically categorized as hedonists, without the
faculty of knowledge. However, the contemporary epistemologies,
promoted the opening in which knowledge is also in the intuitive and
volitive, rehabilitating flavor as a knowledge organ. The article explores
this opening, reflecting on the epistemological implications of the
study of flavor by Geography, considering it as sensation, feeling and
knowledge.