A SAGA DE SUPRIANO NA BUSCA POR UMA ENXADA: DA RESISTÊNCIA AO DEFINHAMENTO

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ISSN: 2236-9929
Editor Chefe: Cristina Soares de Sousa
Início Publicação: 01/02/2002
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Educação

A SAGA DE SUPRIANO NA BUSCA POR UMA ENXADA: DA RESISTÊNCIA AO DEFINHAMENTO

Ano: 2019 | Volume: 18 | Número: 35
Autores: Thiago André Rodrigues Leite, Karine Rios de Oliveira Leite, Rhayssa Naillany Martins Sousa
Autor Correspondente: Thiago André Rodrigues Leite | [email protected]

Palavras-chave: Saga; Resistência; Definhamento.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Escrito na década de 1960, o conto “A enxada”, do escritor goiano Bernardo Élis, revela traços do regionalismo brasileiro, pois, por exemplo, o narrador apresenta, muitas vezes, vocabulário e sintaxe próximos ou idênticos aos dos personagens campestres, o que mostra certo aspecto humanizador desse conto, no qual é narrada a saga do protagonista Supriano na busca por uma enxada. Também conhecido como Piano, esse matuto sai desenfreadamente à procura dessa ferramenta para plantação de arroz na roça do personagem Coronel Elpídio Chaveiro. Tal matuto persiste insistentemente nessa procura, de maneira que suas forças física e mental definham-se ao longo do conto, já que a busca pela enxada torna-se para ele um grande fardo e enfado. Neste artigo, procuramos problematizar a relação entre as condições de produção de (sobre)vivência de Supriano e o seu modo modalizado e eufemístico de dizer. Temos como objetivo analisar esse modo de dizer, o qual parece apontar para uma resistência pacífica do protagonista à maneira de ser de uma sociedade coronelesca e desumana. Hipotetizamos que essa resistência produziria como efeito o sacrifício de si, o qual desembocaria no definhamento físico e mental desse matuto. Para a efetivação do nosso texto, pautamo-nos na teoria discursiva de Foucault (1995), sobretudo no que diz respeito às noções de poder, violência, luta e resistência.



Resumo Inglês:

Written in the 1960s, the tale “A enxada” (“The Hoe”), by the writer Bernardo Élis, reveals features of the Brazilian regionalism, because, for example, the narrator has, many times, vocabulary and syntax close or identical to those from countryman characters, what shows certain humanizing aspect of that tale, in which is told the saga of the protagonist Supriano in the search for a hoe. Also known as Piano, this redneck goes out wildly looking for that tool for rice planting on the character Colonel Elpídio Chaveiro’s farm. The redneck persists incessantly in that search, so that his physical and mental strengths languish throughout the tale, since the search for the hoe becomes to him a big burden and boredom. In this article, we intend to problematize the relation between the production conditions of Supriano’s livingness/survival and his modalized and euphemistic way of saying. We aim at analyzing that way of saying, what seems to indicate to a pacified resistance of the protagonist to the way of being of a society full of coronelism and inhumanity. Our hypothesis is that resistance would produce as an effect the self-sacrifice, what would end in physical and mental languish of that redneck. For the realization of our text, we based on the discursive theory by Foucault (1995), more specifically on the notions of power, violence, struggle and resistance.