Este artigo analisa cinco versões do espetáculo de dança A Sagração da Primavera sob a perspectiva dos estudos da performance a partir dos conceitos arquivo, repertório, roteiro (TAYLOR, 2013) e movência (ZUMTHOR, 2010; 2014). Demonstro que as variações coreográficas ao mudarem nas encenações reforçam as dimensões de arquivo e repertório presentes em toda performance. O critério escolhido como fio condutor na análise dos roteiros é a distinção entre os coreógrafos que seguem e os que não seguem o roteiro, ou seja, o Libretto da Sagração da Primavera escrito por Stravinsky. E em segundo lugar, a investigação de aspectos dessas performances que podem ser identificados como marcadores de movência nos roteiros articulando as fontes de informação, tanto do arquivo, quanto do repertório. As análises das cinco coreografias, feitas neste artigo, foram realizadas a partir de registros em vídeo, de blogs dos artistas, de interpretações de historiadores da dança e de textos com as impressões de espectadores que escreveram em jornais na ocasião da estreia da obra em 1913.