Saibham quantos este estormento de contrato virem: análise das terminações nasais em contratos dos séculos XV e XVI

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ISSN: 23596910
Editor Chefe: Leonardo Lennertz Marcotulio
Início Publicação: 28/02/2015
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

Saibham quantos este estormento de contrato virem: análise das terminações nasais em contratos dos séculos XV e XVI

Ano: 2016 | Volume: 2 | Número: 1
Autores: Vanessa Martins do Monte, Phablo Roberto Marchis Fachin
Autor Correspondente: V. M. do Monte, P. R. M. Fachin | [email protected]

Palavras-chave: filologia portuguesa, cultura escrita, documentos notariais, português médio, terminações nasais

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste artigo é o estudo de contratos portugueses produzidos ao longo dos séculos XV e XVI. Este trabalho é de natureza filológica e situa-se no âmbito do projeto Fontes para a História da Língua Portuguesa: edição de manuscritos dos períodos médio e clássico. Procura-se observar o enquadramento linguístico do corpus, levando-se em conta a tipologia, a região e o contexto em que foi produzido, relacionando-o aos fenômenos que marcaram o período de sua produção, especificamente quanto à convergência em –ão das terminações nasais. Os contratos que compõem o corpus integram o fundo da Colegiada de Santa Maria de Guimarães, Noroeste de Portugal, constantes do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. A análise de documentos dos séculos XV e XVI contribui para os estudos sobre a história do português europeu e brasileiro, uma vez que o estudo de fontes manuscritas amplia o conhecimento de documentação do período e supre a inexistência, ou a extrema raridade, de escritos produzidos em terras da América Portuguesa à época. Os contratos analisados espelham uma realidade linguística muito particular e, apesar de produzidos no período do português médio, revelam características que os aproximam de um estado de língua mais antigo. Tal conclusão sugere uma tendência conservadora em documentos notariais do Noroeste, que poderia, conforme o avanço das pesquisas com constituição de corpora de diferentes tipologias, fazer alargar-se ainda mais o período do português médio, cujo fim tradicionalmente coincide com a data da publicação da primeira gramática da língua portuguesa, em 1536, por Fernão de Oliveira.