Há mais de duas décadas, grupos de cultura popular sediados na cidade de Campinas, em São Paulo, vêm se dedicando à prática e pesquisa das chamadas expressões afro-brasileiras com o intuito de reavivar a memória rural e negra dos tempos de escravidão presentes na história da região, contrastando assim com o cenário moderno e tecnológico com que a cidade é comumente associada. Tomando esse contexto como campo etnográfico, este artigo propõe uma reflexão que relaciona corpo e memória coletiva no âmbito dessas manifestações culturais. Para tanto, faz uso de um compêndio teórico centrado em questões como corpo, memória e performance provenientes de estudos etnomusicológicos e antropológicos, buscando uma síntese que possa contribuir teoricamente para com as investigações neste universo expressivo.