Este artigo objetiva oferecer um quadro analítico para uma sociologia da distribuição espacial e social dos estabelecimentos de ensino. A expansão dos ideais republicanos, resultante da “democratização escolar”, engendrou um prolongamento dos estudos, da diversificação dos estabelecimentos de ensino, das modalidades de fileiras e opções propostas aos filhos tanto da elite quanto da classe popular. Doravante, não basta os pais colocarem seus filhos na escola. É preciso colocá-los numa “boa escola” que possa lhes assegurar um futuro promissor. Isso exige um conhecimento do sistema de ensino, da situação social do estabelecimento, disposição de tempo, capital econômico e capital cultural. Ou seja, um conjunto de disposições e condições objetivas, que são repartidas de maneiras desiguais entre as famílias. Após recuperar o sentido da segregação para a sociologia geral e da educação, este texto faz referência a um conjunto de trabalhos que articulam segregação social e segregação escolar, esboçando um quadro analítico para uma sociologia da distribuição espacial e social dos estabelecimentos de ensino, problemática inovadora para a sociologia da educação nos últimos vinte anos.