O presente artigo procura analisar o processo de erosão cultural alimentar que abrange os agricultores familiares, a partir da especialização do fumo no Estado do Rio Grande do Sul. Procura-se caracterizar um processo de empobrecimento da dieta dos agricultores, causada pelo abandono das culturas de autoconsumo e a maior dependência da renda gerada pela cultura do fumo. Tal ação é determinada pelo modelo agrÃcola implantado no paÃs, caracterizado pela monocultura e pela crescente especialização do agricultor, o que implica a canalização dos recursos para atividades destinadas ao mercado, que aproximando o agricultor do urbano o leva a assumir práticas e hábitos alimentares do meio urbano. Demonstra-se que há um crescente abandono da produção artesanal de alimentos processados e de cultivos tradicionais para o consumo, o que impõe a necessidade de polÃticas que estimulem a diversificação e tenham como pressuposto a segurança alimentar da agricultura familiar.