AnaÌlises de autoria teÌ‚m sido realizadas para responder a pergunta “Quem escreveu este texto?â€, no curso de investigações criminais e processos judiciais. Assim, vaÌrios estudos sobre o tema, na aÌrea conhecida como linguiÌstica forense, começaram a surgir. Esses estudos baseiam-se na ideia de que cada autor tem um estilo. PoreÌm, uma vez que em contextos forenses vaÌrios são os casos em que os textos arrolados para comparação são muito distintos entre si (isto eÌ, de geÌ‚neros diferentes, destinados a interlocutores diferentes, etc.), haÌ uma dificuldade em se distinguir autores, jaÌ que existe variação intrafalante (fenoÌ‚meno amplamente demonstrado pela sociolinguiÌstica variacionista, e.g. Labov, 1966). Assim, este trabalho partiu da premissa de que, se os niÌveis mais profundos do percurso gerativo do sentido são mais abstratos e apresentam menos categorias de anaÌlise, eles seriam menos variaÌveis. A ideia eÌ que quanto mais abstrato/simples o niÌvel no plano do conteuÌdo, menos alternativas haÌ para os indiviÌduos, o que leva a chances maiores de os autores sempre organizarem os textos segundo as mesmas categorias. Se com essa grande chance de realizar sucessivamente as mesmas escolhas, dois indiviÌduos distintos escolhem recorrentemente as mesmas opções, mas diferentemente um do outro, isso significa que a opção de cada um tem grande poder discriminatoÌrio. Portanto, o objetivo deste trabalho foi verificar se categorias de anaÌlise semioÌtica do plano do conteuÌdo poderiam ser utilizadas como marcadores de estilo em casos de atribuição forense de autoria textual. Textos de 4 autores foram analisados em um software que gera e armazena “etiquetas†posteriormente extraiÌdas, o que possibilita a contagem de dados. Num segundo momento, semelhanças e diferenças entre os autores foram medidas estatisticamente utilizando dois coeficientes: Jaccard e Yule, empregados para medir o niÌvel de similitude entre amostras. Os resultados indicam que a hipoÌtese aventada se confirma.