Pensar a própria mensagem publicitária enquanto mercadoria é ao mesmo tempo instigante e desafiador, uma vez que tão cheia de signos e quase sempre elaborada dentro de um viés hedonista, o anúncio publicitário se traveste de arte para vender os produtos de uma determinada marca. Evidentemente esse objetivo é de fácil apreensão, mas a hibridação entre estética e discurso camufla a verdadeira mercadoria que se está vendendo: a mensagem publicitária em si. Essa linha de pensamento se confirma quando ao se analisar uma determinada campanha, percebe-se que caso a temática seja alterada, ou seus produtos sejam alternadamente substituídos por outros (da mesma marca, obviamente), ainda assim pode-se verificar a assinatura da marca. Quase como uma espécie de gene semântico, a marca consegue passar e replicar sua mensagem embutida num discurso publicitário, cuja linguagem se adequa a uma temática que lhe dá forma, embora o conteúdo seja inalterado.