Nos estudos de videogame, jogabilidade é um conceito central, porém controverso. Mello (2013) propõe um conceito de jogabilidade que integra as caracterÃsticas de interface, agência e interação, em uma tentativa de não reduzi-lo a apenas um aspecto, contemplando design, mecânica e a experiência de jogar. Considerando a sistematização de Mello (2013), tomamos jogabilidade como o conjunto de caracterÃsticas que permitem compreender um artefato semiótico-interacional como jogo, da mesma forma que, em semiótica, a textualidade é concebida como o caráter que possibilita denominar um artefato semiótico de texto. Partindo desse pressuposto, propomos uma análise semiótica da interface da jogabilidade de um jogo móvel de localização elaborado para ser jogado com dispositivos móveis no Jardim Botânico de Porto Alegre, RS. A metodologia de análise contemplou o percurso gerativo de sentido (GREIMAS e COURTÊS, 2008; BARROS, 2005), nos nÃveis fundamental, narrativo e discursivo da jogabilidade, considerando categorias da semiótica plástica (GREIMAS, 2004) e atentando para suas caracterÃsticas de design na tela do dispositivo móvel. A análise apontou para a construção semântico-narrativo-discursiva do jogo como intimamente atrelada aos espaços fÃsicos do parque, o que pode proporcionar multiletramentos em uma perspectiva acional, com ênfases nas práticas desenvolvidas na experiência do jogar, privilegiando jogadores com realçadas caracterÃsticas cinestésicas em seus processos de aprendizagem.