SENTIDO DA VIDA E VALOR DA VIDA: UMA DIFERENÇA CRUCIAL? (Discussão das idéias de Júlio Cabrera)

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ISSN: 19822928
Editor Chefe: Araceli Velloso
Início Publicação: 30/06/1996
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

SENTIDO DA VIDA E VALOR DA VIDA: UMA DIFERENÇA CRUCIAL? (Discussão das idéias de Júlio Cabrera)

Ano: 2004 | Volume: 9 | Número: 1
Autores: Paulo Roberto Margutti Pinto
Autor Correspondente: Paulo Roberto Margutti Pinto | [email protected]

Palavras-chave: Cabrera, sentido, valor, mística, filosofia, vida.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Nopresentetexto,façoumadiscussãodasidéiasdeJúlioCabrera,apresentadas no artigo “Sentido e valor da vida: uma diferença crucial”. Procuro mostrar, contra Cabrera, que a questão sobre o sentido da vida está imbricada com a questão do valor da vida. Argumento que, a favor de Cabrera, podemos identificar um valor negativo na vida, mas, contra ele, podemos identificar também um valor positivo. Seu pessimismo advém de uma visão parcial da realidade, uma vez que ele rejeita, sem uma justificativa adequada, a possibilidade de uma experiência mística redentora. Na discussão do vitalismo de tipo nietzschiano com que Cabrera termina seu texto, argumento que a tese segundo a qual a vida se auto-sustenta em seu desvalor envolve um contrabando filosófico nessa constatação vital básica. Tento mostrar também que filosofia e vida não se opõem radicalmente, como pensa Cabrera, e que nisso segue o espírito da oposição estabelecida por Nietzsche entre verdade e vida. A complexidade do real só pode ser sugerida pelo discurso racional, através do apelo à complementaridade descritiva, que envolve a combinação de uma pluralidade de descrições do mesmo domínio do real. Isso revela as limitações do discurso racional, que só pode ser superado pela intuição silenciosa. Esta última não parece ter sido devidamente considerada por Cabrera.



Resumo Inglês:

In this work I present a discussion of Julio Cabrera’s ideas as expounded in his text “Sense and value of life: a crucial difference”. In opposition to Cabrera, I try to show that the two questions are imbricated, and that we can identify a negative value in life, but also a positive one. His pessimism rests upon a partial view of reality leading him to reject without justification the possibility of a redeeming mystic experience. I try to show that philosophy and life do not radically oppose to each other, as Cabrera thinks following Nietzsche’s steps. The complexity of real can be captured by rational discourse only by appealing to a descriptive complementarity involving a plurality of descriptions of reality. This puts in evidence the limitations of rational discourse, that can only be surpassed by silent intuition, a possibility to which Cabrera does not pay sufficient attention.