Neste artigo discutimos a importância de pensar e analisar as políticas de currículo a partir dos seus
sentidos políticos. Sinalizamos que a articulação entre os dois sentidos se torna potente para os estudos
curriculares, uma vez que permite a descentralização de poder na constituição de políticas públicas. A
partir das discussões travadas por Chantal Mouffe acerca dos sentidos de negociações entre os sujeitos
no nível ôntico e ontológico, da visão agonista e antagonista, argumentamos a necessidade de uma
leitura das políticas curriculares como cenários de disputas em que os consensos são sempre
conflituosos. Dessa forma, entendemos que a política curricular sempre está em um processo de porvir,
e não uma fixação a ser reproduzida, um ato eminentemente político.