Ser e não ser, essa é a missão: ontologia das regras em jogos de computador

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ISSN: 1807-8583
Editor Chefe: Basílio Sartor / Suely Fragoso
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Comunicação

Ser e não ser, essa é a missão: ontologia das regras em jogos de computador

Ano: 2019 | Volume: 0 | Número: 46
Autores: Ivan Mosca
Autor Correspondente: Ivan Mosca | [email protected]

Palavras-chave: Regras, Ontologia Social, Jogos de Computador, Estudos de Jogos.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo pretende demonstrar que jogos não podem ser analisados como sistemas de regras. As ferramentas teóricas disponíveis na Ontologia Social de John Searle podem ser aplicadas aos Game Studies, especialmente na análise das regras. De acordo com a Ontologia Social, tanto as regras quanto os jogos podem ser definidos como objetos que dependem dos sujeitos, mas o processo de constituição de cada um é diferente. A maior parte dos estudiosos dos Game Studies explicam os jogos de computador como sistemas de regras, mas normalmente não há regras em jogos baseados em computado. Jogadores de computador não obedecem nem seguem regras, e nem designers nem programadores prescrevem regras: em vez disso, eles criam affordances que usuários podem usar para jogarem ou não. De fato, a constituição de um jogo depende da maneira com a qual os jogadores significam sua atividade, o que requer consciência completa e a liberdade para definir algo como um jogo ou não. Finalmente, o artigo fornece uma categorização dos jogos que fazem uso de regras (apenas alguns jogos de computador estão incluídos), uma categorização dos jogadores que fazem uso de regras, e uma categorização de teorias de games que se referem a regras.



Resumo Inglês:

This article intends to demonstrate that games cannot be analyzed as rule systems. The theoretical tools available in John Searle's Social Ontology Project can be applied to game studies, especially in the analysis of rules. According to Social Ontology, both rules and games can be defined as subject-dependent objects, but the process of their constitution is different. Most part of game studies scholars explain computer games as rule systems, but normally there are no rules in computer-based games. Computer players neither obey nor follow rules, and neither designers nor programmers prescribe rules: instead, they create affordances that users can use in order to play or not. Indeed, the constitution of a game depends on the way the players intend their activity, which requires a complete awareness and the freedom to define it as a game or not. Finally, the article provides a categorization of games that make use of rules (just few computer games are included), a categorization of players who make use of rules, and a categorization of the game theories that refer to rules.