As ruas são pontos de encontro. Frequentemente avistamos pessoas nos semáforos de várias cidades brasileiras – limpando vidros de automóveis, pedindo ou vendendo alimentos, jornais, revistas etc. –, recriando a rua com fins diversos. São estimuladas por suas motivações pessoais e pelos transeuntes que, inúmeras vezes, tornam-se seus eventuais clientes. Dentre essas pessoas, estão as/os malabaristas que levam práticas circenses para os semáforos. A partir de vivências etnográficas realizadas na Amazônia em 2017, esse artigo discute a tríade ser, estar e fazer na rua, com ênfase (i) nas concepções que essas pessoas possuem acerca das atividades desenvolvidas em locais públicos, e (ii) nas consequências e peculiaridades de fazer da rua um palco circense.