SERTÃO PRATICADO, SERTÃO REPRESENTADO: A caatinga como espaço de fartura ou privação, de ficar ou de passar

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Endereço:
Universidade Estadual do Maranhão, Curso de História, Campus Paulo VI, Bairro Tirirical
São Luís / MA
Site: http://www.outrostempos.uema.br
Telefone: (98) 3245-6141
ISSN: 18088031
Editor Chefe: Marcelo Cheche Galves
Início Publicação: 13/04/2004
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

SERTÃO PRATICADO, SERTÃO REPRESENTADO: A caatinga como espaço de fartura ou privação, de ficar ou de passar

Ano: 2013 | Volume: 10 | Número: 15
Autores: ROBSON WILLIAM POTIER
Autor Correspondente: ROBSON WILLIAM POTIER | [email protected]

Palavras-chave: Sertão, Espaço, Caatinga

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O sertão não é apenas um espaço geográfico, delimitado por fronteiras politicamente bem estabelecidas e demarcadas. Caso assim fosse, teríamos que falar em “sertões”, assim, no plural, uma vez que, vistos dessa forma, estes estariam situados em áreas distintas, compreendidas em diversos estados do nosso país, dotadas de características naturais relativamente próprias e semelhantes, mas, separados por delimitações fronteiriças onde “sertão” seria apenas aquilo que estivesse contido em sua circunscrição. O Sertão é muito mais do que isso. É espaço praticado, formado por camadas sobrepostas de histórias ocorridas ao longo de séculos de acontecimentos, contextos sociais, vivências entrecruzadas. Seguindo por essa linha de raciocínio, a caatinga seria uma espacialidade dotada de elementos simbólicos recorrentemente agenciados por discursos que pretendem representar o espaço sertanejo. Nesse trabalho busca-se discutir as formas como discursos construídos a partir dos versos de poemas de cordel, lançados pelo famoso poeta e editor João Martins de Athayde, nas primeiras décadas do século XX, auxiliaram a promover dizibilidade e visibilidade ao sertão, a partir de imagens poéticas elaboradas acerca da caatinga, seus elementos naturais, suas paisagens, seus habitantes com seus costumes, ritos, crenças e práticas espacializantes.



Resumo Inglês:

The backland is not just a geographical space, bounded by borders politically well established and demarcated. If so, we would talk about "backlands", so in the plural, since, seen this way, they would be located in different areas, ranging in various states of our country, endowed with natural features and own relatively similar, but separated by boundaries border where "wilderness" was only what was contained in his constituency. The backland is much more than that. It is practiced space formed by overlapping layers of stories that occurred over centuries of events, social contexts, intersecting experiences. Following this line of reasoning, the caatinga would be a spatiality endowed with symbolic elements recurrently brokered by discourses that seek to represent backland space. In this paper aims to discuss the ways in which discourses constructed from the verses of poems twine, launched by the famous cordel poet and editor João Martins de Athayde, in the first decades of the twentieth century, helped to promote the visibility backland, from poetic images drawn on the caatinga, its natural features, its backland, its inhabitants with their customs, rites, beliefs and space practices.