Com este artigo buscarei lançar luzes aos novos enfrentamentos que o Serviço Social vivencia na contemporaneidade, como o campo de atuação profissional com pessoas trans. Trata-se de um campo que imprime novas demandas à profissão, como, por exemplo, atuar no enfrentamento à transfobia e ao sexismo e na promoção da cidadania do público trans; intervir nas novas configurações e múltiplas expressões da questão social relacionadas, não somente, mas fundamentalmente, às discriminações de gênero; considerar gênero como categoria analítica da vida social; e, sobretudo, perseguir a perspectiva de que prática e formação profissional precisam acompanhar a realidade em movimento. Ademais, exige um olhar crítico-dialético em articulação às leituras socioantropológicas, dada a importância sociológica que a vivência trans expressa. Assim, desenvolvo neste artigo, de modo introdutório, um diálogo acerca das identidades e expressões de gênero diversas, abordando a categoria diferença e os processos identitários, em seguida apresento um breve retrato do debate da diversidade de gênero no Serviço Social, para, então, articular e fazer mediações entre questão social na cena contemporânea e a condição de opressão e exploração que se inscrevem as pessoas trans.