O objetivo deste ensaio é discutir a centralidade dos gêneros e as contribuições ou limitações do campo semântico/científico da biologia e da cultura para definir categorias como gênero, sexualidades e sexo. Para tanto, ancora-se em teorizações advindas das epistemologias feministas e pós-críticas para apresentar/deslocar alguns enunciados sobre sexos e gêneros e pensá-los em sua ordem discursiva, ou seja, em como suas definições ou linguagem específica abrangem ou aprisionam outros significados e circunstanciam, muitas vezes, uma biologia normativa e determinística. Tal problematização também apresenta críticas sobre o entendimento binário dos sexos/gêneros, enfatizando modelos diferenciados lidos por biólogas feministas que criticam os entendimentos que se valem da biologia para construir sentidos sobre nossos corpos.
The purpose of this essay is to discuss the centrality of genders and the contributions or limitations of the semantic/scientific field of biology and culture to define categories such as gender, sexuality and sex. Thus, this research anchors in the theorizations coming from feminist and post-critical epistemologies to present and to displace some declarationsabout sexualities and genders and to discuss its discursive order, in other words, how their definitions or specific language embraces or imprisons other meanings and often circumscribes a normative and deterministic biology. This problematization also criticizes the binary understanding of sexualities / genders, emphasizing differentiated models read by feminist biologists who criticize the understandings that use biology to construct meanings about our bodies.