Silêncio e “manhas”: formas de resistência do subalterno em Jane Eyre

Anuário De Literatura

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Pós-Graduação em Literatura - Centro de Comunicação e Expressão - Campus Universitário - Trindade - Florianópolis
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ISSN: 21757917
Editor Chefe: NULL
Início Publicação: 30/11/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

Silêncio e “manhas”: formas de resistência do subalterno em Jane Eyre

Ano: 2015 | Volume: 20 | Número: 1
Autores: Charles Albuquerque Ponte, Vanalucia Soares da Silveira Oliveira
Autor Correspondente: Anuário De Literatura | [email protected]

Palavras-chave: silêncio, subalterno, jane eyre, pós-colonialismo

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este trabalho tem como objetivo analisar as estratégias de resistência dos subalternos em Jane Eyre (2008), romance de Charlotte Brontë publicado originalmente em 1847, a partir de uma interpretação pós-colonialista. As personagens enfatizadas serão as oriundas da Jamaica, Bertha Mason e seu irmão, Richard, utilizando os modelos de resistência que Ascroft, Griffiths e Tiffin (2010) definem como ab-rogação e apropriação e as que Bhabha (2010) menciona como sly civility (cortesia dissimulada) e mímica. Bertha Mason, a principal representante da subalternidade, faz mais uso da sly civility e da ab-rogação, enquanto Richard Mason utiliza-se mais da mímica e da apropriação, isso porque a colonizada repudia a cultura do centro, ao negar a linguagem europeia, diferentemente do irmão, que procura a imitação, ao apropriar-se do discurso do europeu para garantir seu lugar social, e, desse modo, o hibridismo cultural. Considerada louca e não tendo voz no romance, Bertha Mason desperta a nossa curiosidade acerca da honestidade da narradora, por esta ser branca e seu discurso ser construído a partir de discursos de personagens também brancos, principalmente o de Rochester cujo casamento com a autóctone fora considerado uma empreitada colonial. Dessa forma, somos motivados a compreender a exclusão dos subalternos do mundo simbólico, em correlação com sua procedência racial, cultural e mental, extraindo disso a possibilidade de as cesuras discursivas simbolizarem a opressão e repressão coloniais de uma assujeitação violenta. No entanto, isso não atesta a anulação do sujeito subalterno, pois mesmo censurado, discursivamente, encontra alternativas para resistir às forças colonizadoras.